quarta-feira, 16 de maio de 2012

os casamentos com o tempo perdem verbos (e ganham outros)




Verbos extintos


Apaixonar foi o primeiro verbo que empalhei
E coloquei sobre a minha mesa, no escritório
Contávamos então com oito anos de casório

Depois extinguiram-se arriscar e surpreender
À medida que o casamento entrava na rotina
E conservei suas formas infiltrando parafina

Outros verbos foram morrendo com o tempo
E eu, para preservar seus saudosos significados
Os fui colecionando, devidamente taxidermizados

Até que um dia um amigo disse que era possível
Ressuscitar aqueles verbos com uma nova paixão
Respondi: Nosso verbo amar não está em extinção

3 comentários:

Chantal Fournet disse...

Excelente este poema! gostei muito da imagem da parafina infiltrada (parafinando outras formas belas<3<3)nunca deixando de AMAR!!!

Chantal Fournet disse...

Excelente este poema! gostei muito da imagem da parafina infiltrada (parafinando outras formas belas<3<3)nunca deixando de AMAR!!!

Jorge Ramiro disse...

É incrível como a linguagem é modificada. Eu tenho um amigo que faze um doutoramento em Literatura em Itaim Bibi e sempre conversamos sobre isso.