Expectativa demais atrapalha.

Esse poema é baseado em fatos reais. Um casal de amigos, a paixão, a conquista, o tempo, a acomodação, as expectativas discrepantes dele e dela. Quem tem razão? Não meto minha colher, apenas registrei os fatos.

Goleada a um

Ao vê-la, ele se lançou ao ataque
com a graça e genialidade de Pelé
foram quinze minutos de craque
com a ginga e a magia de Mané

Jogo ganho, passou a tocar a bola
como jogador experiente que é
não apelou e nem entrou de sola
não catimbou e nem deu olé

Fanática, ela sonhava com o craque
por noventa minutos e no intervalo
e, vendo-o mole, crivou-o de achaques
e, vendo-o nulo, ameaçou sacá-lo

Assim, onde ele antevia uma bela jornada
ela se decepcionava: uma partida comum
queria mais paixão, queria uma goleada
e o craque promissor passou a ser mais um

Como as crianças devem nos ver

Escrevi essa poesia observando como nós, adultos, falamos uma coisa e fazemos outra ao educar nossos filhos. Nem todos, é claro, mas vale ficar atento para que as crianças não nos achem "estranhos".

Estranhos

São tão estranhos esses adultos

que nos pedem silencio gritando

impedem-nos de brigar brigando

e impõem respeito com insultos  

São tão estranhos esses adultos

que exigem a verdade mentindo

que querem nos educar fingindo

serem sinceros, calmos e cultos

Quando eu crescer

quero continuar criança   

Viva a tecnologia

Ganhei de Maria Tereza Abdal Cunha um computador Apple (gentilmente instalado em casa pelo fisioterapeuta Roberto Dias Pereira) em que posso digitar com os olhos, usando o software Eyegaze. Posso salvar o que escrevo e abrir com outro programa, como o Word. Ai é cortar e colar para mandar por e-mail ou postar aqui no blog, como fiz com este texto. Há dificuldades com a acentuação, mas isso se resolve com uma boa revisora. Sorte a minha que tenho minha mulher Sonia, que não só revisa como melhora. Outras facilidades a tecnologia me oferece, como usar o iPhone como teclado de qualquer computador, por meio de um programa chamado TouchMouse que meu irmão Gian Marco descobriu. Além disso, aprendi a postar no meu blog a partir de um e-mail, o que faço com mais facilidade a partir do iPhone. Então está aqui a minha primeira postagem feita com todos esses aparatos, o que me dá a esperança de continuar escrevendo, poemando e me comunicando com o mundo, apesar d`ELA. Não é fácil, mas é possível.

Nova música

O Gerson Conrad compôs uma nova e agradável música a partir do meu poema "E você?"

O morto
de fome come
a princesa

É legitima a defesa?

O morto
de sede suga
a socialite

Há vitima ou deu empate?

Os mortos
de tudo matam
a sociedade

E você, está do lado de quem?

Dos que matam
dos que morrem
ou se abstém?

Para ouvir, entre no primeiro bloco da entrevista que ele deu a Radio USP, por volta dos 6 minutos.

Muito legal, obrigado Gerson.
http://www.radio.usp.br/programa.php?id=43&edicao=100415