sexta-feira, 16 de abril de 2010

Brasilia 50 anos

Pessoa de Brasilia

Deito meus 50 anos de vida
sobre os 50 anos de Brasilia
Abro meus braços
e os encaixo sobre as asas
Minhas mãos seguram as quadras
onde morei por toda minha vida
Meus cabelos são tortos
feito as arvores do cerrado
Meu olhos são secos
como os meses sem "r"
Minha pele é resistente
qual a grama que renasce
Meus pensamentos são fluidos
como as águas do Paranoa
Minha imaginação se perde
nos infinitos horizontes
dessa cidade que amo

Depois desses 50 anos juntos
o eixão corre em minhas veias
como o Tejo corre em Portugal
Mas o Tejo não é mais belo
que o eixo que corre em minha cidade
Porque o Tejo não é o eixo
que corre em minha cidade
Uma cidade que não tem rio
para completar a minha poesia
mas completa-me como Pessoa


Alessandro

Um comentário:

Kukas disse...

Adorei. Seus poemas são muito fortes. Lindos. Parabéns. Esse "Brasília 50 anos" é digno de premiação.
Quisera eu ter escrito algo tão lindo. Sempre Pessoa nos acolhe a alma.
Vou buscar inspiração para voltar a escrever.