Em dezembro fiz uma traqueostomia (para quem não sabe, tenho ELA) e desde então estou de cama, o que dificultou postar poesias. Bom, agora estou de vollta, em breve lançarei um novo livro, com um amigo, Luiz Fernando Barros, que vai chamar Dois Candangos. Aí vai uma poesia do novo livro.
Emergência
Elevadores de Brasília
minha solidão acompanhada
meu olhar perdido na estaticidade
desta cidade enquadrada
Andar por andar
sem ter aonde ir.
subir, descer, conviver
elevadores são como banheiros
presenças assustadoras na intimidade
principalmente você
Um dia, sós, aflorou um beijo
disparou o alarme do desejo
apertou a emergência do amor
toquei todos os botões, abri
as portas daquele isolamento
subindo, descendo, subindo, descendo
os corpos... olhares perdidos
andar por andar... o perigo
em cada parada... o flagrante
Na frigidez de um elevador
entre quatro paredes onde nunca estamos
há sempre solidão
e tesão
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3 comentários:
muito legal Ale, saudades dos beijos no elevador. Bjs Blu
meu filho, de sua janela pode ver as flores vindas com a primavera.
Não pode andar at´elas mas sente que tudo se movimenta, inclusive voce daqui a pouco. bj mamy
Bom ver você na produção desses belos poemas! Quero ver essa produção à toda!
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