sábado, 19 de dezembro de 2009

Saiu no Correio Braziliense de 13/12/2009

POESIA PARA A ALMA

A poesia acompanha Alessandro Uccello desde a adolescência. Aos 13 anos, já esboçava seus primeiros versos. Nascido em São Paulo e criado em Brasília, em 1976 e 1980, reuniu sua produção em dois livros artesanais: S.Ó.S. e Horizonte cerrado. Ao longo dos anos, o engenheiro agrônomo e funcionário do Banco Central participou de concursos, saraus, mas demorou até mostrar novamente suas poesias ao público em uma publicação própria — pois textos seus integram várias antologias poéticas. Por conta própria, lançou, em agosto de 2007, Eu com verso, uma seleção que, como adianta a introdução, “é resultado de 30 e tantos anos de conversas terapoéticas”. E o prefácio é assinado por Elisa Lucinda.

“A gente ficava na dúvida se era talento ou apenas algo que ele gostava de fazer. Tivemos coragem e entregamos pra Elisa. Ela leu, se encantou, se apaixonou pelas poesias. E escreveu o prefácio”, conta Sonia Rosenberg, mulher de Uccello. O novo livro, Terapoética, como transformar problemas em poemas, também ganhou comentários de abertura pelas mãos de Elisa Lucinda. A poesia de Uccello teve repercussão inesperada. Gerson Conrad verteu três poesias em canções e a atriz Maitê Proença, num programa de rádio paulista, disse à locutora que "Eu com verso" era um dos melhores livros que estava lendo no momento.

Pouco antes de receber elogios de Lucinda, Uccello, 49 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que não compromete as capacidades cerebrais, mas danifica os neurônios motores e paralisa os músculos — o físico Stephen Hawking é portador da mesma doença. “Ele respira e digita com dificuldade. Só se comunica por meio de movimentos com as mãos e pelo iPhone, que é onde digita suas memórias e poesias”, relata Sonia, sempre com os olhos fixos nos gestos do marido. Apesar da gravidade do diagnóstico, Uccello não largou a poesia e continou criando como pode, apoiado pela mulher. “Não tem cura, só dá pra administrar os efeitos. É preciso ter uma cabeça incrível, sensacional como a dele, que não teve nenhum momento de grande desespero”, diz ela, casada com o poeta há 13 anos.

O livro seguinte, O pingo e a gota, de 2008, marcou a incursão de Uccello na literatura infantil. Antes de descobrir a doença, o poeta contava, todas as noites, historinhas para Elisa e Laura, 6 e 7 anos, filhas do casal. Impossibilitado de falar com o avanço da doença, passou para o papel os personagens que embalavam o sonho das meninas. A mensagem ecológica de O pingo e a gota chamou a atenção da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que, a partir do livrinho, fez uma cartilha pedagógica para uso de educadores. Uccello lança Terapoética hoje à noite e já pensa nos dois livros infantis que estão em plena produção.

Com o iPhone em punho, o poeta tecla os nomes de Chico Buarque, Elisa Lucinda, Fernando Pessoa, Manoel de Barros e Mário Quintana como seus inspiradores. Mas o que alimenta suas poesias é o cotidiano, os relacionamentos humanos e as coisas que dão sentido à vida. Fitando o marido, Sonia diz que a poesia serve de terapia para os problemas. Aos gestos, ele concorda. “Não é que cada problema origina um poema. A poesia é uma forma de se abstrair do problema”, ela traduz. Não à toa, Sonia identifica traços irônicos e amargos em Terapoética, a propósito dos poemas Legado e Normal. Até 2007, a poesia foi companheira inseparável de Uccello. Desde 2007, tem sido também remédio que não se encontra em nenhuma prescrição médica.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/12/13/diversaoearte,i=160615/POESIA+PARA+A+ALMA+COM+ALESSANDRO+UCCELLO.shtml

9 comentários:

henrique disse...

oi poeta, quem leu ou está lendo seus poemas está encantado e gostando muito. Abraços

henrique disse...

oi alessandro uccello continue a nos deliciar com seus poemas sarcasticos

henrique disse...

alo alo pq parou com os livros infantis? continue com as poesias adultas e para juventude. abraço

Anônimo disse...

gosto do teu jeito de falar da vida. Como é a sua?

Anônimo disse...

Força poeta. Estamos aqui para apoia-lo na ABRELA

Anônimo disse...

Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!

Pastor Ronny disse...

Ola Alessandro, agora são 4:10 da manhã e acabei de ter uma conversa com sua mae, em um local muito inusitado.
Sou Pastor Batista e estamos velando o Vile Arato aqui em nossa igreja.
Estou lendo o seu blog e ficarei seguidor, se puder visite o meu ronnyclayton.blogspot.com
abraço

barbarauccello disse...

Ale voce é o meu poeta. Alegre, sensual, inteligente. Toca a alma de todos. Abraço apertado. Blu

barbarauccello disse...

Ale voce é o meu poeta. Alegre, sensual, inteligente. Toca a alma de todos. Abraço apertado. Blu